terça-feira, 7 de abril de 2009

Liberdade de expressão, deixa eu falar filho da p...


Aí está um excelente exemplo de uso da liberdade de expressão, realizado pelos alunos de Vila Velha (ES). Esses alunos obviamente não têm condições de ficar na escola, como bem diz a faixa, e tem total direito de "demonstrar" isso.


Durante muito tempo busquei um assunto sobre o qual escrever neste blog e fui cobrado por isso. Mas a primeira linha, nesse caso o primeiro artigo, é sempre mais difícil. Depois de muito labutar, por semanas, sobre as idéias e as notícias corriqueiras do dia-a-dia, não cheguei a lugar nenhum. Apelei então para a filosofia e decidi escrever um texto sobre os próprios textos. Mais especificamente sobre os textos publicados na internet e a liberdade que temos para escrever todo tipo de asneira, sem o menor pudor. Isso faz deste texto um exímio exemplar da tautologia, algo que se explica, que “digere” a si mesmo (o que em algumas culturas é conhecido como autofagia, mas que não vem ao caso no momento).

Desde o início dos tempos o homem utiliza as mais diversas formas para se comunicar. Sons guturais, gritos, rabiscos, sinais de fumaça, qualquer coisa serve, de textos científicos a letras de funk. Do ponto de vista do autor, tudo é lindo (já diria Caetano). Coitado de quem lê ou ouve essas coisas que circulam por aí. Vez ou outra alguém se sente incomodado, ofendido ou simplesmente exposto pelo que está sendo veiculado e, se esse alguém tem poder suficiente, entra em cena nossa estrela nacional: a censura! Todos nós sabemos o quão importante ela foi (ou será que ainda é ?) para nossa história e como ela influenciou toda uma geração a pensar de forma suficientemente inteligente para nunca ser completamente compreendida (como esta frase, por exemplo!). Houve um tempo em que palavras como “igualdade”, “democracia”, “ditadura” e outras cositas más eram seguidas de um grito de “Subversão! Tá todo mundo em cana!”. E o pessoal da farda dava um cacete bacana nos arruaceiros, mesmo que eles não fossem arruaceiros per se. O fato é que hoje nós vivemos em outros tempos. Qualquer animal (inclusive eu ou você) pode falar e escrever qualquer bobagem e espalhar por aí, sem ter que se preocupar muito com as conseqüências. Para os mais receosos, basta se prevenir: levante a mão direita e diga “eu estou fazendo uso da minha liberdade de expressão” e pronto! A partir de agora você não pode mais ser processado (palmas para João Macedo).

Que bela invenção essa tal “liberdade de expressão”. Está aí a Wikipédia que não me deixa mentir: “Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, idéias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral”. Viu só, todo mundo pode fazer uso desse artifício, numa “democracia moderna”, claro! Aliás, nosso exemplo maior, o líder supremo dessa nação, o “cabeça”, o chefe, o patrão, Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva é um grande incentivador da liberdade de expressão. Ele até fala besteira para que não fiquemos com vergonha das nossas falhas! Ele até finge que não fala inglês! Ora... que audácia a minha... sua benevolência é tão grande que ele faz questão de errar o bom e velho português.
“Lulisses” a parte, faça bom uso da sua liberdade de expressão (ou de neologismos, por que não?). Seja para escrever uma música, a afinação da interioridade (já diria Gil). Seja para escrever um cartaz de protesto ou discursar no encontro da UNE (alguém ainda vai nisso?). Seja pra escrever no blog do seu amigo. Seja para anunciar o vencedor do Big Brother (palmas para o Bial). Seja para simplesmente sacanear o leitor ou os torcedores do “curintias”. Minha liberdade de expressão se desgastou nesse texto... se você não gostou... me escreva e exercite a sua!

Um comentário:

  1. Demorou, mas está aí. Muito bom texugo texto excelente. Lembrando que tempos atrás no início do governo “cabeça”, chefe, patrão, Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva houve um projeto de fiscalização dos veículos de comunicação "alá" Chaves e Fidel.

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